CICLO SOLAR 25 – Condições Atuais da Propagação das Ondas de Rádio

O atual ciclo solar – 25 – está bastante atítipico conforme estudos e observações de cientistas ao redor do globo, como o NOAA (Marinha Americana), ESA (Agência Européia), IPS (Austrália) e outros centros de pesquisa.

E naturalmente, as condições de propagação das ondas eletromagnéticas, são afetadas diretamente por estes fenômenos solares.

Assim, segue abaixo um resumo de conceitos de propagação das ondas de rádio, e mais especificamente focado em Ondas Curtas.



1. Visão geral da propagação em ondas curtas (HF)

A faixa de ondas curtas corresponde aproximadamente de 3 a 30 MHz. O diferencial dessa faixa é a possibilidade de comunicações a longa distância via reflexão/refratação na ionosfera, permitindo múltiplos “saltos” entre a Terra e as camadas ionizadas.

A ionosfera é estruturada em regiões aproximadamente assim:

D: ~50–90 km – praticamente não reflete HF; atua principalmente como camada de absorção, sobretudo abaixo de ~10 MHz em horário diurno.

E: ~90–140 km – pode refletir HF em frequências mais baixas, importante para comunicações regionais (curto/médio alcance).

F1: ~140–210 km – aparece principalmente em horário diurno, em condições de maior ionização.

F2: >210 km (até 350–400 km ou mais) – é a camada mais relevante para DX em HF, presente 24 h, responsável pelos maiores alcances e pelas maiores frequências utilizáveis.

À noite, a ionização diminui fortemente na D e na E; F1 e F2 tendem a se fundir em uma única camada F, mais baixa e menos ionizada, o que altera as frequências máximas utilizáveis, mas reduz a absorção em baixas frequências, beneficiando, por exemplo, 80 e 160 m.

2. Conceitos chave: MUF, LUF, OWF e distância de salto

Três parâmetros são críticos para quem trabalha com HF:

Frequência crítica de uma camada (foE, foF2 etc.): é a frequência máxima que é refletida em incidência quase vertical por aquela camada.

MUF (Maximum Usable Frequency): maior frequência em que é possível estabelecer comunicação entre dois pontos via ionosfera, para um determinado percurso e horário. A MUF depende de:

frequência crítica da camada (especialmente a F2),
ângulo de incidência (portanto, distância do salto),
geometria do circuito.

LUF (Lowest Usable Frequency): menor frequência que ainda permite comunicação com SNR aceitável, limitada principalmente pela absorção na D e pelo ruído atmosférico/man-made. Em momentos de forte ionização da D (alto fluxo solar, flare, alta latitude durante tempestade geomagnética), a LUF sobe e “engole” bandas mais baixas.

Entre LUF e MUF, costuma-se trabalhar próxima da OWF (Optimum Working Frequency), em geral algo como 0,85–0,9 da MUF, onde se obtém melhor compromisso entre intensidade de sinal, estabilidade e probabilidade de propagação.

Outro conceito fundamental é a distância de salto:

Para um dado ângulo de irradiação e altura virtual da camada F2, há uma distância mínima entre transmissor e primeiro ponto em que o feixe retorna à Terra.

Entre o fim da cobertura da onda de superfície e o primeiro retorno da onda ionosférica existe a zona de silêncio, sem cobertura HF confiável se não houver outras rotas (multisaltos, espalhamento, etc.).

3. Modelos e predição de propagação em HF

Hoje, o planejamento sério de circuitos em HF usa modelos padronizados, em especial:

Recomendação ITU-R P.533 – método oficial da UIT para previsão de desempenho de circuitos HF, incluindo:

seleção de frequências disponíveis,
níveis de sinal previstos,
confiabilidade estatística,
dispersão em tempo/frequência da ionosfera.

Modelos de ionosfera:

IRI (International Reference Ionosphere) – modelo empírico de perfis de densidade eletrônica; base para muitos códigos de previsão.

Extensões específicas para regiões polares, aurorais e sub-aurorais, devido à forte irregularidade e absorção nessas áreas.

Esses modelos consomem como entrada:

Número de manchas solares (Sunspot Number, R)
Fluxo solar F10,7 cm
Índices geomagnéticos (Kp, Ap, Dst)

e produzem MUFs, LUFs e probabilidades de propagação ao longo do dia/ano.

Ferramentas operacionais amplamente usadas:

VOACAP/ICEPAC/REC-533 – implementações de P.533 com interface gráfica para planejamento de links e broadcasting.

Mapas de MUF em tempo quase real baseados em ionossondas e GPS TEC (Total Electron Content), oferecidos por agências meteorológicas espaciais (NOAA, Bureau of Meteorology da Austrália, etc.).

4. Estado atual do Ciclo Solar 25 (novembro de 2025)

O Ciclo Solar 25 começou oficialmente em dezembro de 2019 e deve se estender até por volta de 2030.

Previsões iniciais (2019) indicavam um ciclo relativamente fraco, com máximo de manchas solares suavizadas em torno de 115. A atualização de 2023–2024 mostrou que a realidade superou as expectativas: o máximo efetivo ficou bem acima das previsões, com pico suavizado em torno de ~160 em 2024.

Pontos chave:

Pico de atividade:

O smoothed sunspot number atingiu seu máximo por volta de outubro de 2024, com valores pontuais diários de manchas ultrapassando 200.

Situação em novembro de 2025:

O ciclo está ainda em patamar elevado, em fase de platô após o máximo, com fortes episódios de atividade (múltiplas fulgurações de classe X em 2024 e 2025).

Em 11 de novembro de 2025, por exemplo, a região ativa 4274 produziu uma flare de classe X5.16, uma das mais intensas do ciclo, com CME associada e alerta de tempestade geomagnética severa (G4).

Agências como NOAA SWPC, NASA e o bureau australiano vêm atualizando periodicamente as curvas de previsão e observação de manchas solares, F10.7 e índices geomagnéticos, confirmando que o Ciclo 25 é moderado-forte, não fraco como se cogitou inicialmente.

5. Impactos práticos desse cenário na propagação em ondas curtas

Com o Ciclo 25 em máximo recente e ainda muito ativo:

MUFs elevadas e bandas altas “abertas” com frequência

10 m (28 MHz) e 12 m (24 MHz) apresentam aberturas diurnas regulares para percursos intercontinentais, incluindo múltiplos saltos.

15 m e 17 m se mantêm estáveis ao longo do dia para distâncias médias e longas.

Isso é coerente com o aumento de densidade eletrônica na F2, que eleva a foF2 e, por consequência, as MUFs para um dado percurso.

Blackouts de HF em flares intensos

Fulgurações de classe M forte ou X podem provocar apagões de HF (R2–R3 na escala NOAA) na face diurna da Terra, por aumento brusco da ionização na D e consequente absorção maciça em HF, particularmente abaixo de ~20 MHz.

Esses eventos duram tipicamente de minutos a poucas horas, mas podem desorganizar totalmente comunicações de aviação, serviços marítimos e radioamadorismo na região iluminada.

Tempestades geomagnéticas e rotas polares

Tempestades de nível G3–G5 degradam fortemente a propagação em rotas de alta latitude e polares, com:

aumento da absorção em HF (polar cap absorption),
variações rápidas de fase e amplitude (fading seletivo),
deslocamentos de MUF imprevisíveis.

Contexto específico para o Brasil / latitudes médias baixas

Para quem opera a partir de latitudes tropicais/subtropicais (como o Brasil), a fase atual do ciclo é extremamente favorável ao DX em bandas altas:

20, 17, 15, 12 e 10 m com janelas amplas para todos os continentes, especialmente durante o dia e nos flancos da linha cinzenta (sunrise/sunset).

Por outro lado:

bandas baixas (80 e 160 m) sofrem durante o dia por absorção intensa na D;

à noite, com menor fluxo solar e desaparecimento da D, a propagação em 40/80/160 m melhora substancialmente, ainda que sujeita a ruído atmosférico.

6. Recomendações práticas de uso e monitoramento

Para tirar proveito do cenário atual e, ao mesmo tempo, mitigar riscos de interrupção em HF:

Monitorar parâmetros solares em tempo quase real



Acompanhar:

Sunspot Number e F10.7 – indicam tendência de elevação de MUF.

Kp e índices de tempestade geomagnética – antecipam degradação em rotas de alta latitude.

Alertas de flares e R-scale da NOAA (R1–R5) para prever blackouts na face diurna.

Usar modelos e ferramentas profissionais

Para planejamento de rotas fixas (broadcasting, circuitos militares, marítimos, aviação HF):

adotar ITU-R P.533 como base,
implementar previsões com VOACAP/ICEPAC ou softwares equivalentes,
calibrar os modelos com dados ionosféricos regionais (ionossondas, mapas de TEC).

Estratégia operacional para radioamadores e estações experimentais

Em dias “normais” (sem eventos R2+):

priorizar 10–20 m para DX, ajustando a frequência de trabalho para ~0,85–0,9 da MUF prevista;
explorar o “gray line” para saltos longos em 40 e 80 m.



Em dias com Kp alto ou alertas de tempestade:

evitar rotas polares;
preferir percursos de latitudes médias;
reduzir dependência de HF para enlaces críticos, se possível migrando temporariamente para satélite ou links terrestres redundantes.

Em caso de flare forte com blackout na D:

esperar 30–60 minutos após o pico;
testar inicialmente frequências mais altas (onde a absorção cai mais rápido), antes de voltar às bandas baixas.

7. Referências essenciais

ITU-R P.533 – Method for the prediction of the performance of HF circuits.

ITU Handbook – The ionosphere and its effects on radiowave propagation.

Bureau of Meteorology (ASWFC) – Introduction to HF Radio Propagation e dados de manchas solares e previsão de ciclo.

Wilkinson, P. J. (2004). Ionospheric variability and the International Reference Ionosphere. Journal of Atmospheric and Solar-Terrestrial Physics.

Fiori, R. A. D. et al. (2022). Occurrence rate and duration of space weather impacts on HF radio communications. Journal of Space Weather and Space Climate.

NOAA SWPC – Solar Cycle Progression e alertas de clima espacial.

NASA – Solar Cycle Progression and Forecast (previsões atualizadas de R, F10.7 e Ap).

STCE – Solar Cycle 25 Tracking (monitoramento detalhado do SC25).

Posted in Telecomunicações | Comments Off on CICLO SOLAR 25 – Condições Atuais da Propagação das Ondas de Rádio

Introdução a Propagação de Ondas de Radiofrequência (Ondas Curtas – HF)

1. Introdução

A propagação de ondas de rádio em altas frequências, faixa de HF de 3 a 30 MHz, continua sendo um tema central para radiodifusão internacional, serviços aeronáuticos e marítimos em HF, comunicações militares e radioamadorismo. Desde o início do século XX os princípios básicos de propagação em HF e o papel da ionosfera foram bem estabelecidos, mas a física detalhada da interação entre ondas eletromagnéticas e o plasma ionosférico é um problema aberto e ativo na literatura científica, que hoje incorpora modelos de plasma anisotrópico, espalhamento, irregularidades e acoplamento com o campo magnético terrestre.

Na prática, quem opera em ondas curtas precisa dominar alguns blocos fundamentais papel do Sol e do ciclo solar estrutura e variação da ionosfera conceitos como MUF, LUF e índices solares e geomagnéticos particularidades do Ciclo Solar 25 e seus efeitos atuais na propagação para escolher a banda correta, na hora correta, com o nível de confiabilidade desejado.

2. Bandas de radiodifusão em ondas curtas

As faixas de radiodifusão internacional em HF continuam organizadas em bandas centradas em determinados comprimentos de onda em metros, padronizadas pela UIT por meio dos regulamentos de radiocomunicações.

A tabela a seguir resume, em essência, as bandas clássicas de radiodifusão em OC:

Banda aproximada (m) Faixa típica (MHz) Uso típico de propagação
120 m ~2,3 a 2,5 Alcance regional, noturno, muito sensível a ruído e absorção
90 m ~3,2 a 3,4 Alcance regional, noturno, boa para cobrir países inteiros
75 m ~3,9 a 4,0 Semelhante a 90 m, muito usada em serviços regionais
60 m ~4,75 a 5,06 Cobertura regional e subcontinental à noite
49 m ~5,9 a 6,2 Noite com médio alcance, alguma utilização diurna em circuitos curtos
41 m ~6,9 a 7,6 Dia para curtas distâncias, noite para médio e longo alcance
31 m ~9,4 a 9,9 Banda clássica de DX, dia e noite, dependendo da estação e da MUF
25 m ~11,6 a 12,1 Muito eficiente de dia para médio e longo alcance
22 m ~13,6 a 13,9 Boa para distâncias médias de dia, pode abrir à noite em máximo solar
19 m ~15,1 a 15,8 Excelente banda diurna em ciclos fortes, com DX intercontinental
16 m ~17,5 a 17,9 Notável em máximos solares, muitas vezes com sinais fortíssimos
15 m ~18,9 a 19,0 Mais sensível ao ciclo solar, útil em máximos e horários centrais do dia
13 m ~21,45 a 21,85 Em máximos solares abre de forma espetacular para longas distâncias
11 m ~25,7 a 26,1 Extremamente dependente do ciclo; hoje, no Ciclo 25, abre com frequência

Em termos operacionais, a regra geral continua válida:

frequências acima de cerca de 10 MHz tendem a ser mais utilizáveis durante o dia,
frequências abaixo de cerca de 10 MHz tendem a ser mais eficientes à noite, quando a camada D praticamente desaparece,
mas isso é apenas um ponto de partida. A escolha fina depende do estado da ionosfera no dia e na hora em questão.

3. Sol, ciclo solar e situação atual do Ciclo 25

O Sol é a fonte de energia que ioniza as camadas superiores da atmosfera, formando a ionosfera e permitindo a propagação em longa distância em HF. A atividade solar varia em ciclos de aproximadamente 11 anos, medidos principalmente por dois indicadores:

número de manchas solares,
fluxo de rádio em 10,7 cm, o F10.7

O Ciclo Solar 25 começou em dezembro de 2019 e deve se estender até aproximadamente 2030.

Pontos essenciais, agora, em novembro de 2025:

O ciclo 25 foi inicialmente previsto como moderado, com pico suave em 2025 com número suavizado de manchas em torno de 115.

Observações posteriores mostraram que o ciclo superou essa previsão. O máximo observado de manchas não suavizadas atingiu cerca de 216 em agosto de 2024, com pico suavizado em torno de 160,8 em outubro de 2024, acima da maioria dos cenários iniciais.

Em 2023 e 2024 ocorreram várias fulgurações de classe X fortes, incluindo eventos X8.7 e X9 em 2024.

Em 11 de novembro de 2025, a região ativa 4274 produziu uma fulguração X5.16 com ejeção de massa coronal rápida e alerta de tempestade geomagnética severa G4, mostrando que o ciclo ainda está em nível alto de atividade.

A NOAA publica previsões mensais do número de manchas e do fluxo F10.7. Essas projeções indicam que, ao longo de 2025, o ciclo mantém patamar elevado, com valores suavizados de manchas acima de 120 e F10.7 tipicamente acima de 150 unidades solares na maior parte do ano.

Para ondas curtas, isso significa:

MUFs mais altas e bandas de 15, 13 e 11 metros com aberturas amplas durante o dia,
maior probabilidade de apagões de HF na face diurna durante fulgurações fortes,
maior frequência de tempestades geomagnéticas que degradam rotas polares.

4. Ionosfera e camadas D, E, F1 e F2

null
Reflexão Ionosférica – Noite e Dia

A radiação ultravioleta e de raios X do Sol ioniza o oxigênio e o nitrogênio nas altitudes entre cerca de 50 e 500 km, produzindo íons e elétrons livres que compõem o plasma ionosférico.

Tradicionalmente, descrevem-se quatro regiões principais:

Camada D

cerca de 50 a 90 km

aparece apenas durante o dia,
atua principalmente como absorvedora de HF, especialmente abaixo de 10 MHz

Camada E

cerca de 90 a 140 km

importante para comunicações regionais e, em situações especiais, para espalhamento esporádico em VHF

Camadas F1 e F2

de cerca de 140 até 350 ou 400 km,
durante o dia podem aparecer como F1 e F2 distintas,
à noite tendem a se fundir em uma única região F.

A região F2 é a mais relevante para propagação de longa distância em HF, pois apresenta as maiores alturas virtuais e as maiores frequências críticas.

À noite, a camada D desaparece, a E enfraquece e a região F se mantém parcialmente ionizada. Isso reduz a absorção em baixas frequências e explica por que bandas como 160, 80 e 40 metros passam a permitir contatos a centenas ou milhares de quilômetros, inclusive em ondas médias.

5. MUF, LUF e faixa ótima de trabalho

Hoje, a análise de propagação em HF é feita com base em modelos padronizados como a Recomendação ITU R P.533, que define o método oficial para previsão de desempenho de circuitos HF, incluindo cálculo da MUF para diferentes modos de propagação, correção por mecanismos adicionais e determinação do nível de sinal esperado.

Três conceitos operacionais são críticos

MUF, Maximum Usable Frequency
maior frequência na qual, para um dado percurso e horário, a onda ainda é refratada de volta à Terra com confiabilidade mínima especificada

LUF, Lowest Usable Frequency
menor frequência em que a relação sinal ruído é aceitável, limitada principalmente por absorção na região D e por ruídos atmosféricos e artificiais

OWF, frequência ótima de trabalho
geralmente na faixa de 80 a 90 por cento da MUF, onde se obtém melhor compromisso entre nível de sinal, estabilidade e probabilidade de propagação

Softwares como VOACAP, ASAPS e implementações da própria P.533 geram previsões mensais de MUF, LUF e confiabilidade de circuito com base em modelos climáticos da ionosfera, normalmente acoplados ao modelo IRI, International Reference Ionosphere.

6. Índices solares e geomagnéticos e como utilizá-los

Os índices citados no texto original continuam sendo referência, mas hoje há acesso praticamente em tempo real via web e APIs.

Número de manchas solares

É uma medida padronizada da atividade de manchas. Valores próximos de zero indicam mínimo solar; valores acima de 150 indicam forte atividade. No Ciclo 25, números diários não suavizados chegaram a 216 em agosto de 2024, com valores regularmente altos em 2023 2025.

Fluxo solar F10.7

Medido em 2800 MHz, 10,7 cm, é diretamente usado em modelos de ionosfera e previsão de MUF. Valores em torno de 70 indicam mínimo; valores acima de 150 indicam ionização forte e MUFs elevadas.

Índices Kp e Ap

Correspondem ao que o texto original chama de índices K e A.

Kp varia de 0 a 9, calculado de 3 em 3 horas. Indica a perturbação geomagnética instantânea. Valores de Kp iguais ou superiores a 5 indicam tempestade geomagnética, com impactos fortes em HF, principalmente em rotas polares e de altas latitudes.

Ap é uma média diária dos distúrbios, derivada de Kp. Valores abaixo de 10 indicam ionosfera quieta. Valores acima de 40 sinalizam condições de tempestade e forte absorção em HF em certas regiões.

Onde obter esses dados hoje

Além dos boletins em HF como WWV e WWVH, mencionados no texto original e que continuam ativos, hoje é trivial obter tudo isso pela internet em tempo quase real:

NOAA Space Weather Prediction Center
gráficos de progresso do Ciclo 25, previsão de manchas e F10.7, índices Kp, Ap, avisos de flares e tempestades geomagnéticas.

NASA e bases agregadas como SpaceWeatherLive
séries históricas, listagem das maiores flares, gráficos comparativos de ciclos.

Isso permite que o operador de ondas curtas integre previsão climática ionosférica com observações práticas em tempo real.

7. Impactos atuais na propagação de ondas curtas

A literatura recente de clima espacial reforça e quantifica aquilo que operadores de HF observam há décadas

Em ciclos fortes e moderados como o 25, a incidência de eventos de impacto moderado e severo em HF aumenta, incluindo apagões completos em HF na face diurna durante flares fortes de classe X e M alta.

Tempestades geomagnéticas G3 a G5 produzem forte absorção em rotas polares, instabilidades de fase e amplitude e deslocamento rápido de MUFs, exigindo mudanças de rota e de banda em serviços de aviação e comunicações estratégicas.

Em termos práticos para ondas curtas, no cenário de 2023 2025 do Ciclo 25

Bandas altas, 21 e 28 MHz, têm se mostrado frequentemente abertas em rotas intercontinentais durante o dia, algo raro no mínimo anterior.

Bandas médias, 15 a 18 MHz, apresentam janelas amplas de propagação quase todos os dias, incluindo ligações Brasil Europa, Brasil América do Norte e Brasil África com sinais fortes.

Bandas baixas, 3,5 a 7 MHz, continuam dominadas pela absorção diurna na D e pelo ruído, mas oferecem excelentes condições noturnas para enlaces regionais e intercontinentais, com forte dependência da estação do ano e do nível de ruído local.

A pesquisa recente vem sofisticando os modelos de espalhamento e absorção em HF, com novas abordagens matemáticas para tratar o plasma ionosférico como meio anisotrópico multicamadas, o que melhora a previsão de efeitos de espalhamento, multipercurso e distorção da onda em curtos períodos.

8. Como usar tudo isso na prática

Se o objetivo é maximizar o aproveitamento da propagação em ondas curtas hoje, a recomendação prática é objetiva:

– Monitorar diariamente Sunspot Number, F10.7, Kp e os alertas de flares X e tempestades geomagnéticas emitidos pela NOAA.

– Utilizar softwares de previsão baseados em ITU R P.533 e em modelos como VOACAP ou equivalentes para planejar rotas fixas e horários.

– Operar, sempre que possível, próximo da frequência ótima de trabalho, em torno de 85 a 90 por cento da MUF prevista para o percurso.

– Em presença de flares fortes e apagões de HF, ter banda alternativa preparada, muitas vezes em frequências mais altas, e, em serviços críticos, redundância via satélite ou outros meios.

Posted in Rádio Difusão Internacional, Telecomunicações | Comments Off on Introdução a Propagação de Ondas de Radiofrequência (Ondas Curtas – HF)

Acesso a redes e internet no mercado offshore

Você já se perguntou como grandes navios, plataformas de petróleo ou embarcações de apoio conseguem manter acesso à internet em alto-mar, longe da costa?

Este resumo vai te explicar de forma simples e objetiva as tecnologias mais modernas utilizadas para manter a comunicação por dados, voz e vídeo em ambientes marítimos.

Com a popularização do sistema de acesso à Internet provida pela Starlink, está sendo rapidamente adotada para uso em residências afastadas dos grandes centros, uso em aviões comerciais, até em mobilidade (frotas de caminhões utilitários, trens etc.).

Nesse contexto, resolvi mostrar com um pouco mais de detalhes, como as tripulações e passageiros de navios tem a disposição comunicação de dados e voz, tanto para uso corporativo, em aplicações de missão crítica como na indústria petrolífera, como recreativo por passageiros.

Desenvolvi em sumários, o que cada tecnologia de satélite oferece, comparando as tradicionais comunicações de satélite estacionário – GEO – que tem dominado a indústria, utilizadas dentro dos grandes radomes visíveis nas embarcações, com as modernas tecnologias de constelações de baixa órbita – LEO – como a Starlink, que começam a ser usadas em conjunto.

Objetivo

Entender como chegamos atualmente no modelo de redes híbridas de comunicação que atendem unidades marítimas e offshore, como:

  • Plataformas fixas
  • FPSOs
  • Navios de apoio (AHTS, PSV, OSV)
  • Sondas e unidades flutuantes (jack-ups, semi-sub)
  • Transatlânticos

Tecnologias Empregadas

  • Satélites GEO (C, Ku, Ka-band): soluções VSAT com modulação adaptativa, enlaces SCPC/TDMA, redundância de HUBs e QoS gerenciado.
  • Satélites LEO (Starlink, OneWeb): enlaces de baixa latência com failover automático, ideal para backhaul de aplicações críticas, crew welfare e vigilância em tempo real.
  • Redes Híbridas (LEO+GEO) com balanceamento inteligente, SD-WAN e políticas baseadas em prioridade de tráfego.
  • Infraestrutura embarcada: antenas estabilizadas, modems iDirect/Newtec, firewalls de borda, WLAN/VoIP internos, videomonitoramento, sistemas redundantes com BUC/LNB duplos.

Casos de Uso Típicos

  • Integração de Starlink com rede VSAT legado
  • Criação de redes corporativas offshore-onshore com SD-WAN
  • Redundância entre enlaces Ku/Ka e LEO
  • Estruturação de backbone para sistemas SCADA offshore

Sumário sobre Antenas Estabilizadas VSAT

As antenas VSAT estabilizadas são componentes críticos em sistemas de comunicação por satélite GEO em embarcações offshore. Fabricantes como Intellian e SeaTel (Cobham) fornecem soluções robustas que garantem conectividade contínua mesmo em ambientes marítimos instáveis.

1. Estrutura e Componentes Principais

Essas antenas operam dentro de um radome protetor e incluem uma parabólica de alto ganho montada sobre um sistema de estabilização mecânica (gimbal). Motores e sensores corrigem em tempo real os movimentos do navio (roll, pitch e yaw).

2. Integração com GIROCOMPASS

O sistema de controle da antena (ACU) se conecta ao GIRO da embarcação para obter o rumo (heading) em tempo real. Isso permite correções antecipadas, mantendo o apontamento da antena mesmo em manobras bruscas ou em mar agitado. A integração ocorre via protocolos NMEA 0183 ou NMEA 2000.

3. Componentes Típicos

Componente

Descrição

Radome

Estrutura que protege a antena das intempéries.

Antena Parabólica

Responsável por transmitir e receber sinal do satélite.

Plataforma de Estabilização

Sistema motorizado que compensa o movimento do navio.

ACU (Controladora)

Unidade que gerencia estabilização e rastreamento do satélite.

Sensores GPS e Compasso

Captam posição e orientação do navio.

GIROCOMPASS

Fornece heading preciso à antena.

BUC / LNB

Unidades de transmissão e recepção de RF.

Cabo Coaxial e de Controle

Conectam a antena aos sistemas internos da embarcação.

Fonte de Alimentação

Geralmente 100–240V AC, consumo médio de 150W a 500W.

4. Funcionamento Simplificado

O sistema detecta os movimentos do navio e ajusta a antena em tempo real para manter o apontamento. O GIRO fornece a orientação e o ACU executa os cálculos. O resultado é uma conexão estável com o satélite, mesmo durante navegação ativa.

5. Manutenção e Observações

Devido à presença de peças móveis, esses sistemas requerem manutenção preventiva regular, com foco em motores, sensores e calibração. O GIRO descalibrado pode impactar a estabilidade do tracking. Contratos com suporte técnico remoto e peças sobressalentes são comuns.

Foto parcial de um navio transatlântico de passageiros, destacando dois radomes que hospedam a antena estabilizada, utilizada em comunicações por satélite geoestacionário:

Article content

Foto de uma antena estabilizada (robotizada) fabricada pela Sea Tel (Cobham):

Article content

Segue a descrição sumarizada sobre os terminais Starlink com tecnologia ESA (Electronically Steered Array) utilizados em comunicações com satélites de baixa órbita (LEO), com foco na operação offshore.

Antenas ESA Starlink – Comunicação LEO para Ambientes Marítimos

1. Conceito de Antena ESA – Electronically Steered Array

A ESA (Electronically Steered Array) é um sistema de antena plana, sem partes móveis, que utiliza centenas ou milhares de pequenos elementos radiantes, chamados patches, controlados eletronicamente para direcionar o feixe de rádio frequência.

Cada elemento pode ajustar a fase e amplitude do sinal transmitido e recebido, permitindo que o feixe de comunicação seja “varrido” eletronicamente na direção desejada, sem a necessidade de movimentação física da antena.

Principais características:

  • Varredura de feixe por phase-shifting
  • Alta velocidade de comutação (em milissegundos)
  • Formato plano, robusto, sem gimbal, sem motores
  • Capacidade de rastrear múltiplos satélites simultaneamente

2. Comunicação com Satélites Starlink (LEO)

  • Os satélites da constelação Starlink orbitam a ~550 km de altitude com velocidade orbital média de ~27.000 km/h (7,5 km/s).
  • Por estarem em LEO, o campo de visada (field-of-view) dos terminais terrestres ou marítimos é limitado — cada satélite fica visível por cerca de 5 a 10 minutos, exigindo handover dinâmico e contínuo entre satélites.
  • A antena ESA é capaz de acompanhar automaticamente a trajetória de um satélite, iniciando o tracking do próximo antes que o atual deixe de estar visível, garantindo conexão contínua.

3. Comportamento do Terminal em Ambiente Offshore

Nos modelos Starlink Maritime (High Performance), projetados para navios, as antenas ESA possuem:

  • Amplo campo de varredura angular (até ±100° em azimute e elevação)
  • Capacidade de compensar o movimento da embarcação sem sistemas mecânicos
  • Algoritmos embarcados de tracking assistido por sensores inerciais internos (IMU) que detectam movimentos do navio e ajustam o feixe em tempo real
  • Operação contínua mesmo sob rolagem e cabeceio severos (pitch/roll >20°)

Isso permite que, mesmo sem integração direta com GIRO, os terminais se adaptem rapidamente a variações de inclinação e rotação típicas do ambiente marítimo.

4. Infraestrutura e Requisitos de Operação

Instalação

  • Montagem fixa em área com visada aberta para o céu (mínimo 100° de abertura)
  • Interface com energia elétrica CA: 100–240V, consumo médio 110W – 300W por terminal
  • Pode ser operado em redundância (dois terminais em load-balancing)

Conectividade

  • Interface Ethernet RJ-45 para roteador ou switch de borda
  • Possibilidade de integração com redes locais embarcadas (LAN) e redes híbridas (VSAT+LEO)

Gerenciamento

  • Portal remoto via Starlink App ou API
  • Diagnóstico automático, firmware OTA (over-the-air)
  • Latência típica: 20–80 ms
  • Download: até 220 Mbps por terminal em ambiente marítimo
  • Upload: 10–25 Mbps, sujeito à visada e congestionamento orbital

Manutenção

  • Praticamente inexistente: não há partes móveis
  • Requer limpeza ocasional da superfície e verificação de conectores
  • Em caso de falha, o equipamento é substituído (modelo swap) – não há reparo de campo

Foto do deck do navio, mostrando as antenas fixas Starlink, que utiliza tecnologia ESA para comunicações utilizando a constelação LEO Starlink, em comparação ao radome VSAT utilizado para satélites GEO – geoestacionários:

Article content

Antenas Starlink, em destaque:

Article content

Segue abaixo comparativo técnico e direto entre soluções de comunicação via satélite GEO (VSAT com antenas estabilizadas) e LEO (com antenas de varredura eletrônica – ESA), considerando aspectos críticos como manutenção, capacidade de tráfego, latência e aplicação em ambientes offshore:

Comparativo – Antenas VSAT GEO vs Antenas ESA LEO

Critério

Sistemas GEO (VSAT c/ Antena Estabilizada)

Sistemas LEO (Antena ESA – Electronically Steered Array)

Arquitetura de Antena

Parabólica de alto ganho, montada em gimbal estabilizado, dentro de radome

Plana, sem partes móveis, com varredura eletrônica (beamforming dinâmico)

Compensação de Movimento

Estabilização mecânica em 2 ou 3 eixos (roll, pitch, yaw)

Sem necessidade de estabilização mecânica – varredura eletrônica instantânea

Manutenção Requerida

Alta – devido ao desgaste de partes móveis, motores, atuadores e alinhamento

Muito baixa – sem partes móveis, menor taxa de falhas

Facilidade de Instalação

Complexa – exige montagem mecânica precisa, balanceamento e comissionamento especializado

Simples – montagem fixa, geralmente plug-and-play em estrutura plana

Latência Média

Alta (500 – 700 ms)

Baixa (<100 ms), ideal para aplicações em tempo real (voz/vídeo)

Capacidade de Tráfego (banda)

Limitada – geralmente entre 2 Mbps a 50 Mbps, sujeito a congestionamento e SLA limitado

Alta – Starlink entrega 100 Mbps+ por terminal com capacidade agregada em Gbps

Disponibilidade

Alta (>99,5%) com visada constante em GEO; dependente do clima (chuva, interferência)

Boa – exige visada com múltiplos satélites; sensível à obstrução física (mastros, etc)

Custo Operacional (OPEX)

Elevado – manutenção de radome, peças, consumo de energia

Reduzido – consumo otimizado, baixa manutenção

Custo de Capex Inicial

Alto – antena, radome, BUCs, modem, cabeamento RF

Moderado – terminal ESA completo é compacto e de custo fixo

Redundância / Backup

Precisa link secundário ou auto-swapping entre satélites GEO

Natural – handover contínuo entre constelações LEO

Aplicações Ideais

Transmissões críticas em ambientes remotos com pouca visada; enlaces SCPC corporativos

Alta demanda de banda, baixa latência, crew welfare, monitoramento, backhaul IP

Comparativo – GEO vs LEO com Impactos de Propagação e Fenômenos Solares e distúrbios geomagnéticos, aplicado às tecnologias de satélites GEO com VSAT estabilizado e LEO com antenas ESA:

Critério

GEO (VSAT com Antena Estabilizada)

LEO (ESA com Varredura Eletrônica)

Frequência típica

Ku, Ka-band (12–30 GHz), mais suscetível a atenuação atmosférica

Ku, Ka-band (Starlink), mas com menor distância satélite-terminal

Distância até o satélite

~35.786 km (órbita fixa em relação à Terra)

~550–1.200 km (LEO, órbita polar ou inclinada)

Sensibilidade à chuva / clima

Alta (principalmente Ka-band) – rain fade significativo em climas tropicais

Moderada – mesma banda, porém menor caminho de propagação atmosférica

Sensibilidade a perturbações solares

Alta – maior exposição a solar outages em equinócios, especialmente em enlaces GEO terrestres

Baixa a moderada – curta exposição por satélite e múltiplas rotas de tráfego

Risco em eventos de CME / tempestades geomagnéticas

Suscetível – potencial de interferência em enlaces de uplink/downlink prolongados e ruído térmico

Menor impacto – rotas dinâmicas entre satélites e handover contínuo mitigam perdas

Redundância angular

Limitada – depende de apontamento fixo para um satélite específico

Alta – cobertura de constelação com centenas de satélites simultâneos

Recuperação após perturbações

Lenta – possível necessidade de realinhamento, reinicialização do modem ou assistência técnica

Rápida – re-rota automática entre satélites saudáveis, com fallback de rede embutido

Estabilidade geral em ambientes hostis

Boa, mas vulnerável a single point of failure e dependente da integridade do link

Muito alta – resiliência via múltiplos satélites e caminhos redundantes

Análise de Propagação e Fenômenos Espaciais

1. Atenuação Atmosférica e Troposférica

  • GEO sofre mais com rain fade devido ao longo caminho atmosférico e ao uso intensivo da banda Ka. A inclinação do feixe (elevation angle) reduzida em regiões equatoriais agrava a perda.
  • LEO, por operar com feixes quase verticais e trajetos curtos, sofre menos atenuação relativa, mesmo na mesma banda.

2. Explosões Solares / Ejeção de Massa Coronal (CME)

  • GEO: enlaces com visada direta prolongada para satélites no equador geossíncrono ficam expostos a bloqueios durante eventos intensos (sobretudo nos equinócios). Pode haver blackout temporário de comunicações e elevação da taxa de erro de bit (BER).
  • LEO: constelações como Starlink se beneficiam de alta densidade de satélites e multipath resiliente. Durante perturbações, os algoritmos de roteamento desativam os satélites impactados, redirecionando tráfego automaticamente.

3. Tempestades Geomagnéticas

  • Afetam ambos, mas: Em GEO, há risco direto para a integridade de transponders e sistemas embarcados devido à exposição prolongada à radiação solar. Em LEO, satélites são mais vulneráveis a degradação eletrônica (SEU, TID), porém as redes possuem tolerância a falhas embutida e rápida substituição orbital.

Comparativo Sumário: Comunicação Satelital Offshore – GEO vs LEO

1. Arquitetura e Operação

Soluções GEO com antenas VSAT estabilizadas utilizam antenas parabólicas com alto ganho montadas em sistemas de gimbal para compensar movimentos horizontais e verticais de embarcações. Já sistemas LEO como Starlink utilizam antenas fixas com varredura eletrônica (ESA), sem partes móveis, oferecendo varredura dinâmica e sem necessidade de alinhamento mecânico.

2. Estabilidade e Propagação

Sistemas GEO são mais sensíveis a interferências atmosféricas (rain fade) e eventos solares como ejeções de massa coronal, especialmente devido à distância orbital (~36.000 km). Sistemas LEO operam a ~550–1.200 km, com menor caminho atmosférico e múltiplas rotas simultâneas entre satélites, proporcionando maior resiliência e recuperação automática em falhas.

3. Custo e Tarifas

Os sistemas GEO envolvem alto CapEx e OpEx, com antenas custando até USD 60.000 e planos mensais variando entre USD 2.000–12.000. LEO (Starlink) apresenta investimento inicial reduzido (~USD 3.000–5.000) e tarifas mensais entre USD 250–5.000, entregando até 220 Mbps com baixa latência e tráfego ilimitado por terminal.

4. Visão Gráfica de Custos

A análise evidencia que o custo por Mbps efetivo dos sistemas LEO (como Starlink) é significativamente inferior ao das soluções GEO, com menor investimento inicial, maior throughput e menor necessidade de manutenção. O gráfico abaixo apresenta a comparação direta:

Article content

Conclusão:

  • GEO com VSAT estabilizado: indicado para aplicações que exigem alta disponibilidade com baixa variação angular (plataformas fixas ou embarcações estáveis), onde há infraestrutura de manutenção. Recomendado quando o link precisa ser dedicado e simétrico (SCPC), e a operação já possui suporte técnico no local.
  • LEO com ESA (ex: Starlink): mais adequado para ambientes dinâmicos, alta demanda de tráfego, baixa latência e operações sensíveis ao tempo, como videoconferência, acesso remoto a sistemas industriais, crew welfare. A ausência de partes móveis e facilidade de instalação tornam a ESA mais vantajosa em FPSOs, navios e unidades com limitação de manutenção técnica contínua.
  • O terminal ESA da Starlink representa um salto tecnológico na comunicação offshore, ao eliminar dependência de sistemas mecânicos e reduzir drasticamente custo de manutenção e complexidade de integração. Sua operação automática, rápida adaptação orbital e tolerância a movimento tornam-no ideal para FPSOs, navios de apoio, iates, plataformas flutuantes e ambientes de mobilidade constante.

A tendência do mercado, como estratégia de comunicações: para operações offshore críticas, sensíveis a falhas e com dependência de tráfego intenso e constante, a solução híbrida GEO + LEO oferece o melhor dos dois mundos: disponibilidade geográfica contínua (GEO) + estabilidade resiliente e banda ampla (LEO).

Sobre o autor: Sou Engenheiro de telecomunicações e Gerente de TI com expertise em integração de soluções de comunicação para ambientes offshore, empregando satélites geoestacionários (GEO) e satélites de órbita baixa (LEO) — incluindo sistemas de alta performance como o Starlink.

Posted in Telecomunicações | Tagged , , | Comments Off on Acesso a redes e internet no mercado offshore

Sinal de rádio vindo da Rússia intriga pesquisadores desde 1982

Diário encontrado em uma das salas de uma unidade militar abandonada de onde a transmissão do UVB-76 teria sido feita

Com transmissão ininterrupta há décadas, estação de rádio de ondas curtas UVB-76 é um mistério que alimenta diversas teorias sobre seu propósito.Faz mais de quarenta anos que o enigmático sinal de rádio UVB-76, também conhecido como The Buzzer (O Zumbidor, em tradução livre), intriga entusiastas e especialistas ao redor do mundo. A estação de ondas curtas, que transmite da Rússia na frequência 4625 kHz, opera quase sem interrupções desde pelo menos 1982. A programação, segundo relatos de diversos veículos, consiste em uma mistura de tons monótonos e zumbidos, ocasionalmente interrompidos por mensagens vocais aparentemente desconexas, como “bote” ou “especialista em agricultura”.

Apesar de o sinal ser amplamente conhecido, sua origem e finalidade continuam um mistério, alimentando diversas teorias desde os tempos da Guerra Fria até os dias atuais.

O sinal, que acredita-se que esteja no ar desde a década de 1970, pode ser captado por rádios de aficionados, mas também acompanhado ao vivo pelo YouTube.

As teorias sobre o UVB-76

As teorias sobre o propósito do UVB-76 são diversas. Alguns dizem que poderia ser uma estação de números usada para enviar mensagens cifradas a espiões. Outros acreditam que faça parte da rede de comunicações militares da Rússia. E há quem até especule sobre seu uso em pesquisas ionosféricas – isto é, para analisar a propagação das ondas de rádio pela atmosfera – ou na busca por vida alienígena.

A teoria mais catastrófica, porém, é de que o UVB-76 poderia funcionar como um sistema de retaliação automática em caso de ataque nuclear e que, se interrompido, desencadearia uma resposta devastadora. Essa teoria, porém, perdeu força quando a emissora deixou de transmitir brevemente em 2010, sem nenhuma consequência catastrófica.

Monitorada desde 1982

Houve mudanças notáveis nas transmissões desde que entusiastas começaram a monitorar o sinal, em 1982. Os bipes iniciais transformaram-se em zumbidos em 1992, acompanhados por tons semelhantes aos de uma sirene de nevoeiro. Eventualmente ouviam-se pessoas recitando listas de nomes ou palavras aleatórias, segundo a revista Popular Mechanics.

Em 2010, foram registradas pausas na transmissão e sons de fundo que sugeriam movimentos na sala de emissão. Até fragmentos de “O Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky foram transmitidos, alimentando especulações sobre uma possível mudança da rádio de Povarovo, a cerca de 60 quilômetros de Moscou, para outros locais na capital russa e em São Petersburgo.

Exploradores não autorizados que estiveram em Povarovo posteriormente teriam descoberto a base abandonada, junto com um livro de registros contendo detalhes de transmissões de 2005, conforme relatado pelo Gizmodo em 2016.

David Stupples, especialista em vigilância e reconhecimento espacial, explicou recentemente à Popular Mechanics que o propósito da emissora é manter a frequência disponível para o governo russo em caso de emergência. “Se não a usarem, alguém a roubará”, disse. “A banda está tão saturada que as pessoas buscarão qualquer oportunidade para ter um canal próprio.”

Durante todas essas décadas, a comunidade de amantes do rádio seguiu monitorando a frequência na tentativa de rastrear sua origem e decifrar qualquer mensagem. Em vão: o verdadeiro sentido da UVB-76 continua sendo um dos grandes enigmas do mundo do rádio.

Posted in DX, Hardcore DX, Rádio Difusão Internacional | Comments Off on Sinal de rádio vindo da Rússia intriga pesquisadores desde 1982

Nova Emissora Brasileira em Ondas Curtas

Em tempos de hyper digitalização da sociedade, onde a Internet tem alcance global e conecta pessoas, empresas, instituições, forças armadas etc, e hoje é a principal forma de comunicação, quem iria imaginar que o rádio de Ondas Curtas ainda tem um papel fundamental na sociedade?

Com a atual tecnologia de transmissão de dados através de fibras ópticas terrestres e marítimas, que atravessam e interligam os sete mares, as redes de telefonia celular, que já aplica o padrão 5G, até a complexa constelação da Starlink que cobre o planeta com acesso internet através de satélite, há de se pensar muito a respeito do papel do rádio de ondas curtas.

E esses dias, uma emissora brasileira surge com presença nas Ondas Curtas, para levar mensagens ao Brasil e ao mundo, nesta tradicional meio de comunicação que é o rádio de Ondas Curtas.

A emissora está operando ainda experimentalmente, e conforme as captações ocorrerem e sua operação avançar, iremos comentar sobre os motivos e fundamentos dessa iniciativa.

Rádio receptor de Ondas Médias, Ondas Curtas e FM, fabricado pela Sangean, modelo ATS909

4.970 kHz – 62 metros

6.105 kHz – 49 metros

9.730 kHz – 31 metros

11.735 kHz – 25 metros

Estação de rádio de Ondas Cutas – Instalação do Transmissor e Antena
Posted in Rádio Difusão Internacional | Comments Off on Nova Emissora Brasileira em Ondas Curtas

Monteserrate, Bogotá – Colômbia

Em viajem a trabalho a Colômbia, para cumprir algumas provas teórica e prática para obter certificação avançada em sistemas de telecomunicação desenvolvidos pela Digium – www.digium.com – tive a oportunidade de conhecer alguns lugares em Bogotá.

A Digium fechou sua representação no Brasil em São Paulo, movimento similar a muitas multinacionais devido a grave crise política e judiciária que o Brasil enfrenta, que causa instabilidade e riscos elevados de investimento por grandes empresas. Porém, se expandiu para outros países da América do Sul e Europa, sendo a Colômbia um dos locais aptos a se cumprir o processo de certificação nas suas tecnologias.

Em destaque, visitei o Monteserrate, desbravado pelos Espanhóis conquistadores que além de construir os principais marcos da cidade, produziu essa maravilha de local em um dos pontos mais altos da cidade – que já está em elevada altitude, em torno de 2650 metros.

Há duas opções de alcançar o Monteserrate e visitar suas igrejas e monumentos, e ter a mais abrangente e impressionante visão da cidade de Bogotá, que tem aspectos de primeiro mundo com contrastes de terceiro mundo. Pode-se utilizar o funicular ou teleférico, apesar de operarem em horários distintos.

A topografia da cidade é até similar ao Rio de Janeiro – obviamente sem litoral – mas seus morros e favelas são bem tradicionais e virtualmente parecidas com as do Rio – excepto pela ausência de controle de traficantes e armamento pesado ostentado a céu aberto que é comum no Rio.

Após intervenção militar na segurança pública da cidade, diminuiram drasticamente os índices de violência, porém, além dos problemas associados ao povo latino, as Farcs – guerrilheiros comunistas que queriam impor uma ditadura marxista aos moldes de Cuba – deixaram profundas marcas no país.

Além do lendário mega narcotraficante Pablo Escobar, e toda a sorte de cartel de drogas, financiando a corrupção, a guerrilha comunista e a violência urbana, por ora, bastante contida.

No vídeo abaixo, na íntegra a subida ao Monteserrate através do veículo “funicular”, que é operado através de tração a cabo de aço, com contrapeso de outro funicular em sentido oposto, controlado por um motor central.

Observe a inclinação da subida e o desnível de aproximadamente 550 metros acima da cidade de Bogotá, que é vencido em torno de 4 minutos e 30 segundos.

A missão foi cumprida e mais uma missão internacional bem sucedida inserida no curriculum.

Mas não menos importante, foi o aprendizado da cultura local, não só a atual, mas também, a antiga, incluindo a visita a alguns museus importantes, Capitólio (parlamento e casa presidencial), e outros lugares, mas essa parte fica para outro post.

Posted in Internet, Telecomunicações | Tagged | Comments Off on Monteserrate, Bogotá – Colômbia

Cerro Monteserrate, Bogotá – Colômbia

Para descer do Cerro Monteserrate, optei por utilizar o teleférico, na tentativa de obter outra visão da cidade, e do entorno do local que fica em uma serra de fato, com vegetação bem densa.

Posted in Internet | Comments Off on Cerro Monteserrate, Bogotá – Colômbia

A caneta dos Chefes de Estado, Empresários e … Dalai Lama : Caneta tinteiro.

Por mais que se anuncie o fim do uso das canetas tinteiros, inclusive por profissionais influentes como o CEO da Microsoft, Satya Nadella, que previu o seu fim como consequência do “esmagamento do romantismo e nostalgia” de seu belo uso, a caneta tinteiro se perpetua.

Confira a declaração de Satya Nadella aqui.

Talvez o maior símbolo de tradição da caneta tinteiro seja refletido no uso da Montblanc Meisterstück 149, um instrumento de inscrita clássico e durável por décadas a fio.

Utilizada por presidentes dos Estados Unidos, pela realeza britânica, e até pelo Dalai Lama, o fato é a “nostalgia e romantismo” do uso da escrita manual continuará ainda por séculos independente dos avanços tecnológicos e a disseminação de facilidades computacionais que cada vez mais permeia o nosso cotidiano.

Uma das mais famosas canetas da história é a Montblanc “El Presidente”. Usada por líderes mundiais e CEOs de grandes corporações, custa por volta de US$ 1000. Neste vídeo, o CEO da Montblanc narra sua história. (Fonte: Bloomberg)

Segundo a história contada pela própria Montblanc, o começo do novo século “moderno” – idos de 1900 – produziu um efeito estimulante em inventores e artesãos. A engenhosidade e a imaginação ajudaram a caneta-tinteiro a realizar sua revolução técnica e comercial como instrumento de escrita. Foram um banqueiro de Hamburgo, Alfred Nehemias, e um engenheiro de Berlim, August Eberstein, que, juntos reconheceram os sinais do tempo e decidiram produzir canetas simplicissimus. Depois de um curto período de tempo, Wilhelm Dziambor, Christian Lausen e posteriormente Claus Johannes Voss assumiram o negócio e estabeleceram as bases da empresa que viria a se tornar um sucesso internacional, Montblanc.

Montblanc 149 Fountain Pen Nib
A produção da pena de ouro é feita em 35 etapas, utilizando metais preciosos como ouro e ródio, um processo delicado que ainda é realizado manualmente em uma unidade de fabricação na cidade de Hamburgo. Desde 1930 os artesões da Montblanc gravam o número 4810, que representa a altura em metros do Monte Montblanc.

Para esclarecer a pergunta do porque os presidentes usam tantas canetas para assinar atos executivos, a Secretária Lisa Brown da Casa Branca responde.

Uma empresa de 170 anos de Rhode Island fornece as canetas banhadas a ouro do atual Presidente Donald Trump que as presenteia como souvenirs após assinar ordens executivas.

A companhia A.T. Cross foi fundada em 1846 em Providence, Rhode Island, e inicialmente produzia estojos de ouro e prata para lápis, refletindo a história da família Cross como joalheiros. A companhia foi fundada por Richard Cross que a passou para seu filho Alonzo T. Cross. A companhia desenvolveu diversos instrumentos de escrita inovadores, incluindo as modernas lapiseiras, e as mais antigas canetas de pena.

A Cross tem sido o fornecedor oficial de canetas para a Casa Branca desde os anos 1970. As canetas utilizadas para assinar atos legislativos e executivos são tradicionalmente doadas como presentes para quem assistiu os atos da assinatura.

Enquanto o programa oficial da Cross na Casa Branca foi iniciado na administração Bill Clinton, é sabido que a tradição remonta a pelo menos a administração de Gerald Ford. Todos os presidentes desde Ronald Reagan até Donald Trump atualmente assinam atos executivos utilizando as canetas Cross.

A fabricante tradicional A.T. Cross tem produzido canetas elegantes para pelo menos sete presidentes americanos, mas se objetiva permanecer fora da política.

Montblanc 149 Fountain Pen Nib

JFK, Barack Obama, Rainha Elizabeth, são ícones de líderes mundiais que mantiveram a tradição da arte de escrita com as canetas tinteiro

Posted in Fountain Pen | Comments Off on A caneta dos Chefes de Estado, Empresários e … Dalai Lama : Caneta tinteiro.

Ravil Canetas – SP – O Colecionador de Canetas

Bela descrição da história de uma das mais tradicionais lojas de canetas e lapiseiras do Brasil, a uma breve demonstração de sua coleção de canetas.

Uma viagem no tempo das canetas tinteiros, que mostra que a arte de escrita não será suplantada pela era dos smartphones.

Posted in Fountain Pen | Comments Off on Ravil Canetas – SP – O Colecionador de Canetas

Kenwood R5000 Receiver 60kHz – 30MHz SSB / AM Inrad Filter

TRIO Kenwood R5000 Receiver
TRIO Kenwood R5000 Receiver

Após alguns anos guardado, ao testar o rádio, observei que havia baixo ganho de áudio somente em modo AM. No modo SSB, a saída de áudio era nominal. Em ambos os modos, todas as funções de rádio frequência estavam perfeitas, o que me levou a iniciar o processo de troubleshooting do problema.

E a primeira etapa do processo de identificar a provável falha, foi estudar o manual de serviço do equipamento, que por se tratar de rádio de alta qualidade fabricado no Japão, o manual é bastante detalhado.

Em linhas gerais o manual demonstra os diagramas de bloco, as funções de todas as placas, e detalha o diagrama de cada circuito e a lista de componentes.

O manual de serviço além do diagrama eletrônico e relação de todos os componentes, suas descrições de macro função e código de cada componente ou seus valores como capacitância, indutância e resistência, apresenta uma tabela com todas as tensões de polarização DC dos componentes ativos, o que é a primeira providência efetuada para se identificar eventual problema em transistores e circuitos integrados.

TRIO Kenwood R5000 Receiver
Extrato da tabela de componentes da placa de IF com a descrição da função de cada um

Analisando o problema – até então restrito ao modo AM – chega-se a análise do circuito de IF (frequência intermediária), considerando então que as funções de AGC estavam íntegras, assim como a seletividade do rádio entre os circuitos de filtros passa-faixa (eliminando assim eventual defeito na placa de RF – rádio frequência – e nas outras placas de PLL, controle do display, etc).

TRIO Kenwood R5000 Receiver
Parte do circuito eletrônico da placa de IF hachurando o circuito integrado defeituoso identificado e substituído que era a causa raiz do problema – IC9

Resumindo, identifiquei no diagrama do circuito da placa de IF a seção correspondente ao modo AM e todas as tensões estavam nominais, o que não identificava nenhuma falha de polarização nos componentes dessa seção.

Ao analisar o sinal de RF, observei baixo ganho na etapa de pré-amplificação do sinal já demodulado, o que levou a conclusão que na cadeia de demodulação e pré amplificação havia alguma falha, que inclusive é característica de problemas em capacitores de acoplamento de sinal.

TRIO Kenwood R5000 Receiver
Chassis do rádio com a placa de FI removida para substituição dos capacitores eletrolíticos

Por uma questão de segurança, optei por substituir todos os capacitores eletrolíticos da placa de IF por capacitores de qualidade fabricados por Siemens/Epcos e Phillips, considerando a idade do rádio, essa é uma boa prática, pois com o tempo e eventual aquecimento desse componente, é possível que existas vazamentos que causam o bloqueio dos sinais de RF. Normalmente os capacitores de cerâmica raramente apresentam falhas após décadas de uso, logo, a primeira providência nesses casos, é realizar a substituição dos eletrolíticos.

TRIO Kenwood R5000 Receiver
Placa de IF com todos os capacitores eletrolíticos originais desoldados

Após relacionar todos os capacitores e suas capacitâncias e tensões de isolamento, todos foram retirados e substituídos.

TRIO Kenwood R5000 Receiver
Placa do circuito de IF, responsável pelas seções de modo AM e SSB, AGC, Notch Filter e os novos capacitores prontos para serem soldados

Ao se analisar o comportamento do rádio, o problema permaneceu, o que implica que a falha é em um componente discreto, ou um transistor de RF ou de acoplamento com baixo ganho, ou um circuito integrado como um amplificador operacional com falha.

Ao substituir os transistores da seção de AM assim como o amplificador operacional de pré amplificação, o problema persistiu, levando a necessidade de se ampliar o escopo do diagrama.

E ao estudar o circuito eletrônico da placa de IF, observei a existência de um circuito integrado que realiza a função de comutação (relay) entre os modos SSB e AM.

Ao analisar o BOM CODE e o código do circuito integrado IC9, observo que se trata de um TTL convencional, que é descrito como um relay eletrônico TTL 4066 que nada mais é do que chaves analógicas.

TRIO Kenwood R5000 Receiver
Circuito integrado CD4066AE original com defeito, fabricado pela RCA e substituído por mesmo IC fabricado pela Texas Instruments

Por se tratar de um componente muito comum, ao substitui-lo o sinal de áudio do modo AM foi restaurado plenamente conforme os níveis padrão de fábrica.

TRIO Kenwood R5000 Receiver
Tabela de descrição dos códigos dos componentes discretos da placa de IF

E para testar o rádio nada mais significativo do que usá-lo em campo em condições reais para confirmar se todas as funções estão normais dentro dos padrões esperados.

Com uma única observação adicional de que o filtro original de FI comum aos modos SSB e AM foi substituído por filtro Inrad de 4 kHz, ao invés do original da Kenwood de 6 kHz.

A curva de operação do filtro da Inrad além de mais estreita é mais quadrada do que o filtro original, conseguindo assim melhor separação de canais adjacentes, especialmente quando a emissão desejada é mais fraca do que a transmissão no canal adjacente.


Teste em campo do rádio após a manutenção utilizando antena longwire e balun “caseiro” 9:1 na entrada de antena de 50 Ohms

E para testar o rádio nada mais significativo do que usá-lo em campo em condições reais para confirmar se todas as funções estão normais dentro dos padrões esperados.

Com uma única observação adicional de que o filtro original de FI comum aos modos SSB e AM foi substituído por filtro Inrad de 4 kHz, ao invés do original da Kenwood de 6 kHz.

A curva de operação do filtro da Inrad além de mais estreita é mais quadrada do que o filtro original, conseguindo assim melhor separação de canais adjacentes, especialmente quando a emissão desejada é mais fraca do que a transmissão no canal adjacente.

O hobby da radioescuta e radioamadorismo é uma grande oportunidade para se manter atualizado na área de eletrônica, porque todos os conceitos teóricos podem e devem ser utilizados na análise dos circuitos e nas medições de tensões de polarização e nos níveis de sinal de RF.

Para essa atividade é fundamental um multímetro de excelente qualidade e um gerador de sinal padrão, para que se possa testar cada seção dos circuitos no que concerne ao caminho dos sinais e seus respectivos ganhos, dentro do processo de identificar o problema, relacionado no manual de serviço do fabricante.

Posted in Receptores | Comments Off on Kenwood R5000 Receiver 60kHz – 30MHz SSB / AM Inrad Filter